domingo, março 08, 2009

Ditabranda nos olhos dos outros é refresco


Cerca de 400 pessoas se reuniram na manhã deste sábado em frente à sede da Folha de S.Paulo (região central paulistana), em protesto contra o pavoroso neologismo “ditabranda”, criado e publicado pelo jornal em seu editorial “Limites a Chávez”, no dia 17 de fevereiro pp.

Na editorial para criticar a vitória do “sim” no referendo que, democraticamente e por decisão soberana do povo da Venezuela, permitirá a reeleição do presidente Hugo Chávez, a Folha alinhou os 21 anos de ditadura militar imposta ao povo brasileiro entre “as chamadas ‘ditabrandas’  (de) países que partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça (...)”

A FSP respondeu de forma enviesada e com visível má vontade as inúmeras cartas de protesto que recebeu contra o editorial. Aproveitou para agredir dois professores da Universidade de São Paulo (USP) que lhe escreveram, o advogado Fabio Konder Comparato e a educadora Maria Victória Benevides. O jornal considerou a indignação manifestada pelos dois como “cínica e mentirosa”.


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"Folha" demitiu jornalista que estava presa pela ditadura 

publicada em sábado, 07/03/2009 às 01:23 e atualizado em sábado, 07/03/2009 às 13:27

No dia 9 de dezembro de 1969, a jornalista Rose Nogueira estava presa no DEOPS de São Paulo, sob a guarda do  delegado  Fleury - conhecido assassino e torturador.

No mesmo dia 9 de dezembro de 1969, a "Folha de S. Paulo" demitiu Rose por "abandono de emprego". Parece uma piada de mau gosto. Mas aconteceu.

A história de Rose - que foi presa em São Paulo, no dia 4 de novembro de 1969 - já era conhecida, graças ao belíssmo artigo que ela publicou no livro "Tiradentes, um presídio da ditadura"; artigo que foi reproduzido esta semana pelo Azenha: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/rose-nogueira-a-prisao/.

Mas, nada como observar as provas materiais. Por isso, reproduzo agora a ficha de Rose Nogueira, no Departamento Pessoal da "Folha", mostrando até que ponto ia o jornal dos Frias em sua parceria com a ditadura.

Veja, no detalhe: Rose teria direito a licença-maternidade de 90 dias. Segundo o jornal, a licença teria vencido no dia 10/11/69 (data, aliás, que está rasurada).

Ou seja, a licença terminou quando Rose já estava presa (e sob tortura) há 6 dias.

O que a família Frias queria? Ela deveria continuar trabalhando de dentro da cadeia? Talvez, com um bloquinho na mão devesse obter uma entrevista exclusiva com Fleury?
































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