sábado, julho 18, 2009

GOVERNADORA TUCANA CHAMA PROFESSORES DE TORTURADORES





Carta aberta do Movimento Pela Abertura dos Arquivos da Ditadura a dona Yeda Crusius


Exma. Sra. Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius

 

O Movimento Pela Abertura dos 

Arquivos da Ditadura toma a iniciativa de escrever-lhe esta carta, em referência ao cartaz que a senhora escreveu ontem pela manhã, dia 16 de julho de 2009, e apresentou aos fotógrafos de órgãos de imprensa de todo o país.

 

A sua declaração, de que aquelas pessoas que ali estavam não eram professores, mas "torturadores", atinge não somente aqueles professores, que estão em seu pleno direito de reivindicar melhores salários e condições de trabalho, mas também todos os cidadãos brasileiros, vítimas diretas ou indiretas dos crimes cometidos por torturadores ao longo da história do Brasil.

 

A utilização deste termo é uma prova da total falta de conhecimento histórico da senhora, e mais: um grande desrespeito à memória do país, que recentemente passou por um período de ditadura, não só militar, mas com contribuição de muitos civis, muitos hoje acusados de terem, esses sim, torturado pessoas. Com sua declaração, a senhora ignorou totalmente a carga histórica que o conceito de "torturador" carrega. A senhora já ouviu o depoimento de alguém que tenha sofrido, verdadeiramente, uma tortura?

 

Estas pessoas merecem o nosso respeito, o que não observamos na sua atitude.

 

Isso corrobora para o que estamos chamando atenção há tempos: a utilização inadequeada de adjetivos, sem conhecer seu teor histórico, sem valor explicativo, e usado de forma pejorativa e impune. Isso acontece, também, com o conceito de "terrorista", que é utilizado para a luta armada brasileira, mas nunca atribuído às ações do aparato repressivo do Estado - ainda não desmontado, julgado e condenado - e com grupos para-militares, como o CCC, sigla que ainda hoje circula na sociedade brasileira, e é lembrada como o grande grupo que combatia o comunismo, sem saber de fato o que aquele grupo fez no Brasil.

 

A sua atitude se assemelha à dos torturadores e repressores, na medida em que, assim como as balas, as palavras ferem, e vêm justamente do lugar que deveria tomar conta de todos os cidadãos, independente de posicionamento político: o Estado. A senhora comparou uma classe trabalhadora, que exercia um direito que fora suprimido por mais de 20 anos, àqueles responsáveis pela supressão do mesmo. Comparou-os a pessoas que cometeram crimes, e que estão por aí, impunes. Isto, senhora governadora, é considerado calúnia, segundo as leis do Estado que a senhora representa.

 

A senhora sentiu-se intimidada pela manifestação que impediu o direito de ir e vir de seus netos. A senhora sabe que durante os anos 1960, 1970 e 1980, vigoraram no Cone Sul ditaduras civil-militares que sequestraram, torturaram, desapareceram, mataram e apropriaram- se de crianças?

 

Na Argentina, por exemplo, há mais de 500 crianças desaparecidas. Apenas 91 tiveram sua identidade restituída. A senhora sabe como isto foi feito? Através de lutas, confrontos, manifestações, como esta, que se realizava em frente a sua residência.

 

Seus netos, senhora governadora, provalvemente não saibam o estado em que se encontra a educação pública no Rio Grande do Sul, pois devem frequentar os melhores e mais caros colégios em Porto Alegre.

 

Seus netos não devem fazer idéia do que seja passar trimestres, às vezes anos, sem uma disciplina, por falta de professor; ou estudarem em turmas com 50 alunos, por causa do enturmamento promovido pela senhora; ou enfrentarem as condições precárias em que se encontram muitas escolas; ou não possuírem uma boa educação por falta de recursos; ou encontrarem professores desmotivados pela miséria que é paga todos os meses. Estes sim, são torturados.

 

Senhora governadora, por todos esses motivos expostos nós, do Movimento Pela Abertura dos Arquivos da Ditadura, escrevemos esta carta com o objetivo de solicitar uma retratação pública da senhora, em frente às câmeras de televisão, para com todos os cidadãos brasileiros, que de uma forma ou de outra, sabem exatamente o que significa o termo "torturado".

 

Pedimos que a senhora tome essa atitude, em nome de todas as verdadeiras vítimas de crimes de tortura cometidos no Brasil, seja durante a ditadura civil-militar, seja ainda hoje em dia, pelo Estado.

Esta carta seguirá com cópia para órgãos de imprensa e endereços eletrônicos que quiserem publicá-la.

 

Assinado: MOVIMENTO PELA ABERTURA DOS ARQUIVOS DA DITADURA-RS

Porto Alegre, 17 de julho de 2009


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YEDA MANDA PRENDER MANIFESTANTES QUE PEDIAM IMPEACHMENT

Atualizado em 16 de julho de 2009 às 17:35 | Publicado em 16 de julho de 2009 às 17:31

Sete pessoas foram detidas hoje durante manifestação de cerca de mil pessoas em frente à residência da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), informa a Polícia Militar (PM). O protesto começou por volta das 7h30 de hoje em frente à casa da governadora, no bairro Vila Jardim, em Porto Alegre.

Polícia para quem precisa...

por Marco Aurélio Weissheimer, no RS Urgente

E quem disse que ninguém vai preso no Estado que está mergulhado em denúncia de corrupção? Na manha desta quinta, a Brigada Militar prendeu, entre outras pessoas, a presidente do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul, Rejane de Oliveira, e o fotógrafo Caco Argemi, que cobria a manifestação de protesto em frente à casa da governadora. Foram acusados de desacato à autoridade. Autoridade esta que está sempre pronta a reprimir manifestações populares, a colocar agricultores sem terra de joelhos e revistar seus perigosos barracos de lona. Cabe lembrar: a Operação Rodin apontou um roubo no Detran de mais de R$ 40 milhões. Quando ocorreram prisões, ecoaram na mídia vozes protestando contra o uso de algemas em homens de bem. Afinal de contas, a polícia não está aí para algemar gente de bem…

Yeda Crusius é a principal responsável pelos protestos que vêm ocorrendo no Rio Grande do Sul. A erosão da credibilidade chegou literalmente à porta da casa da governadora tucana. E essa casa é um símbolo melancólico do auto-intitulado “novo jeito de governar”. A denúncia mais forte sobre a ilegalidade que cerca a compra da casa partiu não da oposição, mas de alguém que trabalhou diretamente da campanha de Yeda, que trabalhou, entre outras coisas, na captação de recursos. É Lair Ferst que acusa a governadora de ter usado sobras de campanha na compra da casa. É o vice-governador Paulo Feijó que acusa a governadora de várias irregularidades. É o ex-secretário estadual de Segurança, Ênio Bacci, e o ex-ouvidor dessa secretaria, Adão Paiani, que denunciam a existência de uma quadrilha no Piratini. É disso que se trata.

 



Marliane Santos envia foto do protesto realizado agora de manhã em frente à casa de Yeda Crusius. A Brigada Militar deteve a presidente do CPERS, Rejane Rodrigues, a vereadora Fernanda Melchiona (PSOL) e o fotógrafo Caco Argemi, entre outros, acusando-os de desacato à autoridade. O protesto levou uma réplica de uma escola de lata, usada pelo governo estadual na rede de ensino público, para a rua da governadora. Yeda não gostou e acusou os manifestantes de serem “torturadores de crianças” (os netos dela, no caso).

Os netos da governadora, obviamente, não estudam em escolas de lata.

Vá ao sempre excelente RS URGENTE

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/yeda-manda-prender-manifestantes-que-pediam-impeachment/

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É uma velha escrita, o PSDB não gosta de democracia.

O PSDB não consegue dialogar com os movimentos sociais.

Até hoje o PSDB não condenou o GOLPE DE ESTADO em Honduras.

A TRUCULÊNCIA é a marca dos governos tucanos.

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