terça-feira, setembro 22, 2009

UM NOVO BRASIL



Ascensão social beneficiou 31 milhões de brasileiros entre 2003 e 2008, revela pesquisa
Escrito por Agência Brasil   
22/09/2009
http://www.cut.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=16815&Itemid=170 

Rio de Janeiro - Cerca de 31 milhões de brasileiros subiram de classe social entre os anos de 2003 e 2008. Entre eles, 19,4 milhões deixaram a classe E, que traça a linha da pobreza no país, tendo a renda domiciliar inferior a R$ 768,00; e outros 1,5 milhão saíram da classe D (de R$ 768,00 a 1.114,00). Com isso, houve uma queda acumulada de 43% no grupo dos mais pobres neste período.

Ao mesmo tempo, a classe AB, que representa o grupo com renda domiciliar mais elevada (superior a R$ 4.807,00), ganhou 6 milhões de pessoas. A classe C (renda familiar entre R$ 1.115,00 e 4.807,00) é a maioria da população e recebeu 25,9 milhões de brasileiros nos últimos cinco anos.

A constatação faz parte de um estudo divulgado nesta segunda-feira (21) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), com base nos dados de 2008 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), apresentada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o economista da FGV Marcelo Néri, responsável pelo estudo, esse movimento foi puxado principalmente pelas políticas de transferência de renda do governo federal, como o Bolsa Família, que traz como impacto direto a melhoria na renda do brasileiro pertencente à camada mais baixa. Ele acredita que as transferências de renda no momento atual de crise podem contribuir para a retomada da economia.

"Se eu reajusto o Bolsa Família, a grande beneficiária é a classe E. Se eu aumento o salário mínimo, por exemplo, quem mais ganha é a classe D. Já se faço reajuste das aposentadorias acima do [salário] mínimo quem ganha mais é a classe AB", diz Néri. "Por isso defendo mais reajustes transitórios ao Bolsa Família do que reajustes permanentes ao mínimo e muito menos ganhos de pensões acima do mínimo, que não beneficiam nem a classe média brasileira."

Para ele, as políticas de renda têm impacto totalmente diferente em termos de desigualdade e de pobreza e na situação atual têm efeito diferente sobre a demanda. "O pobre consome toda a renda dele e, neste momento em que a gente está precisando de um ataque contra a crise, eu diria que o Pelé é o mercado interno e o seu companheiro de ataque é o Tostão do Bolsa Família. Essa é a dupla eficiente que está permitindo ao Brasil sair da crise ou não ter entrado tanto nela", diz.

Néri destacou, ainda, que desde 2001 o Brasil vive um processo de redução da desigualdade. Neste período, a renda per capita dos 10% mais pobres da população subiu 72%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu, aproximadamente, 11%. De acordo com o economista, essa melhora no indicador foi impulsionado principalmente pela renda do trabalho.

"Acho que essa redução de desigualdade foi a grande conquista da década. O fato de ser puxada em cerca de dois terços pela renda do trabalho significa que o brasileiro está gerando sua própria renda. O que temos observado é um boom no mercado de trabalho", ressaltou Neri. Segundo ele, os programas sociais ou aposentadorias foram responsáveis pelos outro um terço do movimento.

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Uma nova meta do milênio: banda larga gratuita e para todos

(Terça-Feira, 22 de Setembro de 2009 às 01:57hs)


Aquele apito que às vezes soa e desperta ao mesmo tempo uma grande quantidade de pessoas, parece ter disparado para chamar a atenção de parte da sociedade brasileira para a Conferência da Comunicação.
 Aumenta a cada dia a quantidade de pessoas que tem se reunido em inúmeros debates por todos cantos do Brasil com o objetivo de construir propostas para um novo modelo no setor. Só isso já é algo que torna esse processo  relevante. Mas o melhor é que não são apenas os “especialistas” que têm participado desses debates. 
 Há gente da cultura, do movimento negro, feministas, GLBT, sindicatos, igrejas, sem-terra, universidades etc. Pessoas de diferentes cantos e áreas. Com histórias de vida e culturas distintas. 
 Gente com compreensões muito próximas em diversos aspectos, mas com diferenças sensíveis em outros. 
 Não há nada de mal nisso. É a diversidade a nossa principal riqueza. E o Fórum Social Mundial nos lembra isso a cada edição. 
 Mas são tantas as bandeiras da sociedade civil para a Confecom que podemos terminar esse processo sem avançar em alguns aspectos estratégicos. E talvez nada seja mais estratégico para a democracia brasileira e para a democratização das comunicações do que garantir o quanto antes a banda larga e gratuita para todos os cidadãos. 
 E por que não propor que isso se dê 2015? Afinal as metas do milênio firmadas pelo Brasil têm nesse ano o marco para um balanço das realizações. E como temos 8 metas do milênio, na Confecom poderia se consagrar a banda larga e gratuita como nossa nona e nova meta. 
 É suficiente essa conquista para democratizar a comunicação no Brasil? Evidente que não. Ao mesmo tempo ela ampliaria razoavelmente todas as nossas outras lutas.
 Nenhum movimento não terá mais força quando todos os brasileiros puderem ter acesso ao universo virtual e à sua diversidade de conhecimento.
 Evidente que é preciso ao mesmo tempo garantir que a internet mantenha a sua neutralidade atual e que leis escatológicas como a do senador Azeredo não sejam aprovadas. 
 Evidente que é preciso lutar para que o modelo atual de concessões seja revisto e que a sociedade passe a ter mais espaço para a produção de comunicação. 
 Evidente que é preciso forçar a barra para que a produção cultural nacional tenha mais espaço em rádios e TVs. E que isso seja garantido por lei. 
 Evidente que é preciso lutar para que os recursos da publicidade governamental não sustentem apenas meia dúzia de grupos midiáticos. 
 Evidente que cada grupo deve gritar mais alto aquilo que mais lhe toca. 
 Mas essa bandeira comum da banda larga gratuita e para todos poderia ser o “outro mundo é possível” onde todos caberíamos. 
 Somos muitos e teremos muitas propostas nessa Conferência. Mas seria ótimo se todos tivessemos conjutamente ao menos uma. 
 Se conseguissemos conquistar a banda larga gratuita até 2015 para todos os brasileiros, deixaríamos um legado sensacional para as próximas gerações. E mudaríamos radicalmente a correlação de forças nesse setor.
 E sem dúvida teríamos muito mais força para novas conquistas.

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Por que a mídia demotucana anda tão nervosa?


Melhor parar de brigar com os fatos

 

Por José Paulo Kupfer

 

Um sexto da população brasileira subiu na escala social, entre 2003 e 2008, ou seja, no governo Lula. Foram 32 milhões de pessoas que passaram a fazer parte das classes A, B e C. A conclusão é da insuspeita Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Desse conjunto, quase dois terços deixaram para trás as classes D e E. Em números absolutos, cerca de 20 milhões de brasileiros saíram das faixas mais pobres. As classes D e E, com o movimento, encolheram, no período, acima de 40%.

Quem diz tudo isso é o economista Marcelo Néri, coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV. Néri é um dos maiores especialistas brasileiros na organização e análise dos microdados fornecidos pelos levantamentos sócio-demográficos, em especial dos censos e das pesquisas por amostras, do tipo das PNADs. Não consta que alguma vez, na sua já longa e bem sucedida carreira de pesquisador, tenha se preocupado com possíveis ”usos eleitorais” de seus achados técnicos.

De acordo com os resultados obtidos por Néri, só em 2008, cerca de 4 milhões de pessoas saíram da classe E. A classe C, classificada como “classe média”, incorporou, no ano, cinco milhões de brasileiros. Também em 2008, 1,7 milhão ascenderam às classes A e B.

No período analisado, a renda per capita média, em termos reais (já descontados a inflação e o crescimento da população), cresceu 5,26%. Três fatores principais explicam o ocorrido, segundo Néri. O primeiro é o aumento da renda em razão dos programas sociais. Depois vem a parcela da renda da Previdência vinculada ao salário mínimo. E, na seqüência, os aumentos na própria renda do trabalho.

Pelos critérios da FGV, fazem parte da classe E todos apresentam renda domiciliar mensal inferior a R$ 768 (média individual de a R$ 232), enquanto a classe D é formada por pessoas com renda domiciliar entre R$ 768 e R$ 1.114. A classe C engloba os que somam renda domiciliar entre R$ 1.115 e R$ 4.806, enquanto a classe AB reúne aqueles com renda domiciliar acima de R$ 4.806. Para quem se espanta com esses valores, não custa lembrar que o mais pobre dos 10% mais ricos, no Brasil, tem rendimento mensal pouco superior a mil reais.

Depois, tem quem brigue com os fatos e não entenda a popularidade de Lula.

Comentário de um leitor do blog José Paulo Kupfer em Crônicas da Economia Brasileira.


Jorge disse: 21/09/2009 às 23:20 - Se Lula não tem nada a ver com esses resultados, ou esses resultados não existem, ou quando existem são obra do governo anterior, ou da grande prosperidade mundial, então:


Explique o motivo de Bill Clinton ter feito um grande governo, onde os EUA só conheciam prosperidade, enquanto aqui o Brasil só conhecia crises, miséria e muitas outras tragédias, com fhc? Por outro lado Bush recebeu um país em ordem e crescendo, e mesmo com o período de prosperidade mundial, levou os EUA a uma grande crise e o mundo junto.


Não podemos esquecer que o Brasil fazia parte de um grupo composto também por México e Argentina, eram irmãos siameses, enfrentavam crises parecidas, não tinham autonomia, e seguiam planos impostos pelo FMI. Sendo que hoje o Brasil entrou para os BRICs, prospera e tem reconhecimento mundial. Enquanto México e Argentina continuam enfrentado dificuldades econômicas. E principalmente, porque México e Argentina não estão entre BRICs?


Ao meu ver não é o momento que faz o governo, e sim o governo que faz o momento. E nesse ponto não adianta brigar com os fatos, Lula faz um bom governo, pois recebeu um país quebrado. Em 2002 o Brasil não tinha reservas, tinha miséria, dividas, desemprego, inflação e juros em alta, inclusive existia a possibilidade de pedir moratória e afundarmos em mais uma crise. Espero que o próximo governo consiga seguir o mesmo caminho, pois construir é difícil, mais destruir é fácil, é só olhar para os EUA.

Postado por olhosdosertão às 22:10


http://olhosdosertao.blogspot.com/2009/09/por-que-midia-demotucana-anda-tao.html

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