domingo, novembro 21, 2010

mídia privada é mídia censurada




Caterpillar Corporation pára embarque de máquinas blindadas para o Exército de Israel
31 de Outubro de 2010
Saed Bannoura
Fonte: Uruknet
Ativistas da causa palestiniana estão satisfeitos com o anúncio desta sexta-feira, que a empresa Caterpillar, sediada em Illinois, decidiu adiar envio de dezenas de máquinas para as forças armadas israelitas, enquanto o julgamento sobre o assassinato de Rachel Corrie estiver em curso em Israel.
Corrie foi atropelada por um máquina blindada de rastos Caterpillar D9, em 2003, quando tentava impedir a demolição da casa de um médico palestiniano em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Os seus pais lançaram uma acção, que não teve sucesso, contra Caterpillar Corporation nos EUA, pelo seu papel na morte de Rachel Corrie. Presentemente, está uma acção nos tribunais em Israel contra o exército israelita e os soldados envolvidos na sua morte.
Sidney Levy, conjuntamente com a Voz Judaica para a Paz, uma das organizações que vêm pressionando para a Caterpillar pôr termo aos seus contratos com o Exército israelita, escreveu na sexta-feira, “Nós tomamos isto como uma confissão indirecta por parte da empresa de que essas máquinas estão a ser usadas para violar os direitos humanos e violar a lei. A história de Corrie, infelizmente, é apenas uma das milhares de histórias de perda e dor. A suspensão da venda de máquinas é o que temos vindo a pedir à Caterpillar, há mais de sete anos”.
Ele acrescentou que “o comportamento irresponsável da Caterpillar vem com um preço pesado. Nos últimos dez anos, pelo menos 11.795 casas foram demolidas. Estas estatísticas, terríveis que sejam, não podem fazer justiça à dor de tantas famílias, à sua arrasada subsistência e os seus sonhos destruídos”.
A Caterpillar não fez qualquer declaração para além da notificação de suspensão da venda. Mas os activistas reivindicam uma vitória na sua campanha contra a Caterpillar, e observam que esta é a primeira vez que a Caterpillar toma qualquer acção relativa à questão.
Saed Bannoura é um jornalista palestiniano que habitualmente colabora com a International Middle East Media Center, com sede em Belém, na Palestina.
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Documentos relevam a «verdade» sobre a guerra no Iraque, diz WikiLeaks
23 de Outubro de 2010
TSF
Fonte: TSF
Os documentos confidenciais do exército norte-americano publicados pelo WikiLeaks revelam a verdade sobre a guerra no Iraque, afirmou o fundador do site.
Em conferência de imprensa para apresentar alguns documentos, que já tinham sido divulgados junto de alguns meios de comunicação social, os responsáveis pelo WikiLeaks justificaram a divulgação com a necessidade de repor a «verdade» sobre a guerra no Iraque.
«Em tempos de guerra, os ataques contra a verdade começam bem antes do início (do conflito) e prosseguem efectivamente depois», disse Julian Assange.
«Nos documentos há registos de 109 mil mortos, entre eles 66 mil civis. Este número assustador não nos pode impedir de olhar cada caso como um caso. Foram uma ou duas pessoas que causaram a morte a tantas outras no Iraque», afirmou.
Os responsáveis reagiram ainda ao facto de o Pentágono ter considerado a divulgação destes dados deplorável, alegando a segurança de tropas e civis iraquianos.
Na resposta, lembraram que não há registo de qualquer incidente na sequência de divulgação de dados pelo WikiLeaks no Verão sobre a guerra no Afeganistão.
A verdade não pode ser um dano colateral da guerra, consideraram, defendendo ainda o interesse público dos documentos e garantindo que o trabalho de análise é tarefa agora para vários meses.
Os responsáveis do WikiLeaks apelaram ainda a todos, mas sobretudo ao governo norte-americano, para se unirem na procura da verdade.
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Outro professor universitário assassinado no Iraque
27 de Outubro de 2010
iraqsolidaridad.org
Fonte: iraqsolidaridad.org
Saad Abd Al-Wahab Al-Shaaban, antigo decano da Faculdade de Engenharia Informática e Tecnológia da Informação da Universidade Tecnológica de Baghdad, foi assassinado no distrito de Adamiya, a 14 de Outubro de 2010, por uma carga explosiva colocada debaixo do seu carro. Tinha regressado recentemente ao Iraque. Desde o início da guerra de ocupação, em 2003, já foram assassinados 307 professores universitários no Iraque.
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Exército britânico recomenda práticas que violam Direitos Humanos
30 de Outubro de 2010
Ricardo Oliveira Duarte
Fonte: TSF
O jornal “Guardian” publica, esta terça-feira, documentos secretos do exército britânico com recomendações para os interrogatórios a presos que são pouco compatíveis com as Convenções de Genebra.
O objectivo deve ser provocar nos prisioneiros humilhação, insegurança, desorientação, exaustão, ansiedade e medo e os vários manuais, até aqui secretos, a que o jornal “Guardian” teve acesso explicam como.
Num documento em PowerPoint de 2005, a instrução é clara: “Dispam-nos!” Antes de serem interrogados, os prisioneiros devem tirar a roupa e se não colaborarem devem continuar assim até que o façam. Num outro documento é sugerido que se vendem os interrogados para os colocar sob pressão.
Material de treino para interrogadores do exército britânico mais recente refere que, para além de o uso de algemas de plástico e vendas serem essenciais, uma boa técnica é em vez das oito horas de sono a que cada interrogado tem direito que apenas lhe seja permitido descansar quatro.
Os interrogadores devem dizer-lhes que caso não respondam às perguntas não poderão comunicar seja com quem for.
O local onde decorre o interrogatório também é importante. Numa formação recente foi dada a recomendação por um local discreto, de preferência com mau aspecto, como contentores de barcos, que são ideais pela privacidade que oferecem.
O material de formação para os interrogadores do exército britânico diz ainda que os prisioneiros de guerra devem ser condicionados antes do interrogatório. As perguntas devem ser feitas de forma dura e quem interroga deve colocar-se muito próximo da cara do prisioneiro e gritar.
O “Guardian” escreve que todo o material a que teve acesso foi produzido após a morte de Baha Mousa, um recepcionista de hotel iraquiano que foi torturado até à morte por tropas britânicas em 2003.
Esta notícia surge quatro dias depois da publicação de milhares de documentos confidenciais pelo site WikiLeaks reveladores de abusos cometidos na guerra do Iraque.